O conflito sírio já dura mais de cinco anos e os números revelam o equilíbrio do horror. Há 11,5 milhões de deslocados, dos quais metade são crianças, e o número de pequenos mortos já ultrapassa 10 mil. Uma em cada três crianças sírias nasceu em um país em guerra e elas acordam em um pesadelo, porque cada dia pode ser o último.
Para chamar a atenção para essa situação, e aproveitando o impacto mundial que o jogo Pokémon Go teve, o Exército Livre da Síria, o principal grupo rebelde antes do regime de Bashar al Assad, lançou uma impressionante campanha no Twitter, na qual Crianças sírias pedem para ser resgatadas através do popular jogo.
"Se você não se importa com crianças sírias, aqui estão muitos Pokémon"
#PokemonInSyria # PokemonGO # PrayForSyria pic.twitter.com/OFgBLNzKUh
- إعلام قوى الثورة (@RFS_mediaoffice) 25 de julho de 2016
A montagem feita por um ativista inclui uma série de fotos em que as crianças aparecem com desenhos dos personagens do jogo Pokémon Go. Alguns carregam cartazes com mensagens como "Estou em Kafranbel, em Idle, venha me salvar", “Existem muitos Pokémons na Síria, venha e me salve” ou "Eu sou de Kafr Nabuda, me salve."
Sob hashtags como #PokemonInSyria #PrayForSyria, é um pedido de ajuda ao mundo das crianças que sofrem e vivem histórias que não foram feitas para elas, e mesmo assim elas vivem.
Se você não se importa com as crianças sírias, existem muitos # Pokemons que sofrem na # Síria!
- إعلام قوى الثورة (@RFS_mediaoffice) 25 de julho de 2016
Mas o que está acontecendo? O mundo é revolucionado por um jogo em que "monstrinhos" são caçados através da realidade aumentada, mas não reage da mesma maneira contra uma guerra que termina com "a pior crise humanitária desta geração", conforme definido pelo alto comissário da agência de refugiados da ONU, Antonio Guterres.
Crianças sírias precisam que os olhos do mundo também olhem para eles, chame a atenção para a terrível situação que estão enfrentando, pelo menos até através de Pikachu, Bulbasaur ou Squirtle.
