O estranho caso do bebê nascido com sangue branco

Alguns dias atrás, conheci a história desse bebê que nasceu há cerca de três meses em Neiva, Colômbia, com uma doença estranha que me faz ter sangue branco e isso surpreendeu os médicos e especialistas do Hospital.

Bem, a doença não é tão estranha, porque todos vocês a conhecem, o que é raro é nascer com ela. É uma patologia chamada hipercolesterolemia familiar e é devido a uma desordem genética, um capricho da natureza ou, para ser mais honesto, uma alteração resultante do relacionamento de seus pais, que são primos um do outro.

O bebê é filho de Margoth Alarcón Quibano e Vicente Jiménez Alarcón, e sua doença se deve a um desordem genética no cromossomo 19 o que faz com que seu corpo não elimine lipoproteínas de baixa intensidade ("colesterol LDL", também conhecido como "colesterol ruim"). Ao não eliminá-lo, a quantidade desse colesterol no sangue desse bebê é muito maior do que a de qualquer outro bebê, a concentração é tão alta que pode ser vista a olho nu, e a gordura torna o sangue quase branco.

O bebê nasceu duas semanas antes do esperado, pesando 1.900 gramas e uma altura de apenas 36 cm. Pode-se pensar que é possível que ele tenha nascido tão pequeno com tanta gordura no sangue ... provavelmente porque a imagem que temos de pessoas com colesterol alto é a de quem come de forma desequilibrada, vendo esse desequilíbrio também na balança. No entanto, nesse caso, esse excesso de gordura circulante não ajudou o bebê a ser maior, com precisão.

Este é o segundo caso vivido no Hospital Universitário de Neiva nos últimos 20 anos. Segundo estudos, a probabilidade de sofrer desta doença é um em um milhão de habitantes, embora a causa desse caso deva nos fazer pensar que deve haver mais bebês com hipercolesterolemia familiar.

Como eu disse antes, a doença foi gerada por mutação devido à cosanguinidade, pois o bebê foi o resultado da união entre parentes. Certamente muitos de vocês conhecem casos de casamento na Espanha que são primos de primeiro grau e seus filhos não sofrem desta doença (embora seja possível que seus filhos tenham nascido com outro tipo de mutação, tudo deve ser dito).

O mais curioso de tudo é que a doença não foi vista no hospital ao nascer, mas foi duas semanas depois, quando sua mãe decidiu levá-lo ao hospital para ver se ele estava deteriorado, sem força.

Não tendo espaço no hospital para ser internado, ele foi encaminhado para um centro de saúde. Lá eles decidiram fazer um exame de sangue, quando a enfermeira observou que a cor do sangue do bebê era muito estranha. Metade do tubo com a amostra era vermelha e a outra metade era branca.

Dada tal raridade, o bebê foi enviado de volta ao hospital, onde foi internado na UTI. Lá eles começaram a testar até encontrar a causa do desconforto do bebê: ele sofreu hipercolesterolemia familiar. Naquela época, eles decidiram tomar algumas medidas para evitar problemas adicionais, como interromper a amamentação, rica em gordura, para lhe dar uma dieta sem gordura e reduzir o risco de entupir as artérias.

O bebê sempre terá que comer uma dieta livre de gordura para impedir que os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue subam e, é claro, ele sempre precisará tomar medicamentos para tentar manter os níveis o mais baixo possível.

Como sempre foi dito nesses casos, espero que cresça saudável, forte e que pode levar uma vida normal, como as outras crianças. Ele é criança, ele merece.