A amamentação é complicada mesmo no Oscar

Lembro-me de um banner em uma demonstração referente a não sei qual ministro e carregado por uma garota e em que o ministro foi avisado de que "Ó ministro, você irritou minha mãe!" Não sei se você conseguiu ver, mas a foto copiou todas as capas. Ontem, sem ir mais longe, descobrimos que a meca do cinema havia acrescentado à sua lista de grupos que estavam com raiva ultimamente: afro-americanos, asiáticos, mulheres, ... mais uma e uma das mais perigosas: mães.

Porque Como foi? Que fizeram? Bem, algo um pouco incoerente, eu acho. Em uma indústria em que os decotes dos vestidos femininos podem chegar ao umbigo sem fazer nenhum esforço, verifica-se que não há espaço, onde a mãe pode alimentar o filho ou extrair leite dos seios durante a cerimônia de entrega do Oscar. Em nenhum lugar além do banheiro, isso reduz o glamour em Hollywood quando falamos sobre amamentação. A amamentação é complicada mesmo na cerimônia do Oscar, como se fosse uma história de ficção científica ou algo assim.

Acontece que, por uma chance dessas que ocorrem em uma cerimônia em que há tanta estrela e tanto jornalista, alguém conhece Tom Hardy, aparentemente nervoso, no saguão do Kodak Theatre. Obviamente, ele foi perguntado se era por sua indicação como melhor ator coadjuvante por seu papel em "The Revenant", ao qual ele respondeu que não, que foi por causa das inúmeras viagens ao banheiro que sua esposa foi forçada a extrair leite dos seios.

Sim, não havia um quarto em que Charlotte Riley, atriz e parceira de Hardy, pudesse realizar o processo de extração de leite materno. Ela acrescentou que, devido à recente maternidade, foi forçada a fazê-lo quase a cada hora, mas as condições deixaram muito a desejar. É claro que, nessas questões, o glamour de Hollywood brilha muito por sua ausência e respeito pelas mulheres que também precisam.

Poderia ser uma mera anedota, mais uma dessa noite peculiar, mas acontece que existe uma lei federal que declara a existência obrigatória de uma sala Para as mães que precisam amamentar seus filhos ou extrair o leite dos seios e no teatro Kodak essa sala não existe, o que significa que esta lei não é cumprida.

A invisibilidade da amamentação

Se não mantemos o caso isolado, se acrescentamos outros casos conhecidos e a todos acrescentamos as experiências de cada um, vemos que a amamentação é vista pela sociedade como um conceito abstrato, quando entramos no campo prático, a amamentação é obrigatória ou parece que se destina a ser.

Não sou claro sobre o motivo ou o motivo, mas nesses tipos de situações sempre me pergunto quem ou o que se beneficia ao dificultar a amamentação, complicar e tornar invisível? e todos podem tirar suas próprias conclusões, eu acho.

Naqueles mesmos dias, na celebração do Mobile World Congress, houve uma situação ainda mais injustificável. Esther foi ao congresso por motivos de trabalho e, por motivos familiares, o fez com sua filha Marina, de cinco meses. Na presença da menina em que ela foi proibida de entrar na mãe com ela, os filhos não entram e também, senhora você não é profissional por ter vindo a um evento como este com seu bebê, mais ou menos com essas palavras impedia Esther de realizar seu trabalho e de participar das reuniões de trabalho que já tinha naquele local.

O que é tão pouco profissional uma mãe que trabalha e é forçada a participar de um evento como esse com seu bebê, que organiza seu dia levando em consideração suas necessidades como mãe, como mulher e as de sua filha quando criança Onde eles encontram as mentes mais rançosas de que falta profissionalismo?

Estamos a anos-luz de normalizar a amamentação e a maternidade em geral em nossa sociedade ocidental, na qual os conceitos são vendidos muito bem, mas não queremos tomar medidas para colocá-los em prática e nas quais algumas leis são tão frouxas que nada acontece se as grandes indústrias (como a do cinema, neste caso) as consideram ficção científica.