Métodos de reabilitação para deficiências auditivas

A evolução que pode ser alcançada no tratamento de deficiências auditivas, como em muitas outras patologias infantis, depende em grande parte da rapidez com que são detectadas. Portanto, uma boa detecção estabelecerá as bases de um certo nível de desenvolvimento da linguagem na criança.

Existe uma grande variedade de métodos de reabilitação de deficiências auditivas, que fornecem melhorias significativas nas habilidades da criança e na eficiência da comunicação. Obviamente, você deve sempre selecionar um que esteja mais de acordo com os recursos da criança.

Hoje vamos comentar brevemente as metodologias mais importantes, que podem ser classificadas levando em consideração se usam a palavra falada ou usam gestos; Dessa forma, podemos falar sobre métodos oralistas, métodos gestuais e métodos mistos.

Métodos orais

Esses métodos buscam garantir que crianças com deficiência auditiva possam adquirir e desenvolver a linguagem oral mais próxima da criança sem problemas auditivos. Os restos auditivos existentes seriam utilizados por meio de aparelhos auditivos, fala e apoio na leitura labial-facial.

Como a sociedade utiliza a linguagem oral, busca-se uma melhor integração no ambiente, proporcionando a linguagem oral mais desenvolvida possível.

Dentro desses métodos, podemos destacar dois:

  • Oralismo puro: Este método é baseado na estimulação intensiva dos restos auditivos, evitando qualquer ajuda visual ou gestual. Atualmente, esse método é pouco aplicado, sendo utilizado apenas em crianças com perda auditiva leve ou moderada, pois se a perda auditiva for melhor, não há resultados universais que apóiam esse método.
  • Método verbotonal: É um método baseado na audiopercepção da fala e no fato de que a maioria das crianças com deficiência auditiva possui restos auditivos que lhes permitem ouvir. A partir de uma audiometria, trabalhamos com amplificadores que filtram as frequências e as adaptam às características de cada criança. Além disso, neste método, o próprio corpo atua como um receptor e transmissor de sons.

Métodos gestuais

De acordo com esses métodos, o uso de restos auditivos e de leitura labiofacial não é suficiente, pois eles não podem oferecer a quantidade de informações necessárias para a comunicação. Por outro lado, métodos gestuais consideram que a linguagem das crianças com deficiência auditiva são os sinais.

Pode-se dizer que a principal limitação desses métodos é que eles não favorecem, tanto quanto os métodos orais, a integração da criança na sociedade, porque cada vez menos pessoas (devido aos avanços tecnológicos nos aparelhos auditivos) usam os sinais.

Dentro desses métodos, destacamos dois principalmente:

  • Linguagem de sinais: É uma linguagem estrita que possui regras e características gramaticais próprias. É expressa principalmente pelas posições e movimentos das mãos, e aqueles que defendem essa metodologia a consideram a linguagem natural das pessoas com deficiência auditiva.
  • Impressão digital: é um alfabeto manual com o qual as palavras são escritas. É frequentemente usado quando novas palavras são apresentadas ou quando não há sinal estabelecido. Existem 31 posições da mão dominante, onde cada sinal é igual a uma letra. Para o gerenciamento deste sistema, é necessário ter um bom conhecimento da posição dos dedos em cada letra e uma boa coordenação nas habilidades motoras manuais deve estar disponível.

Métodos mistos

Como o nome indica, são métodos que usam características dos métodos oralista e gestual. Dentro desses métodos, os mais utilizados são:

  • Comunicação Bimodal: É um sistema que visa oferecer às crianças com deficiência auditiva a possibilidade de comunicação acessível a partir do primeiro ano de vida e, assim, poder se expressar. O principal benefício desse método é que ele é rápido e eficaz para o seu aprendizado. Possui um caráter alternativo e aumentativo de comunicação, além de ser um sistema facilitador de compreensão e expressão nos estágios iniciais da vida da criança. É um sistema focado na aquisição da linguagem oral, mas que fornece à criança um sistema gestual acessível e que permite manter uma comunicação satisfatória. Os gestos que ele usa são executados simultaneamente à linguagem oral e todas as palavras são assinadas na mesma ordem em que são ditas. Apesar de usar gestos, a comunicação bimodal é mais um oralista do que um sistema gestual.
  • Palavra suplementada: Este método baseia-se na ideia de que o surdo é um mau leitor porque é um orador ruim. Segundo ele, todos os sons da fala podem ser tornados visíveis e lidos nos lábios, e para isso ele usa as posições das mãos sincronizadas com a voz para complementar as informações visuais percebidas.
  • Comunicação total: Este método visa aproveitar a audição residual para desenvolver a linguagem oral por meio de sistemas alternativos ou aumentativos, entre os quais a Comunicação Bimodal e a Palavra Complementada. Consiste no desenvolvimento de todas as formas de comunicação disponíveis para aquisição de idiomas. Começa pelos modos de comunicação preferidos da criança e seleciona o que melhor atende às suas necessidades.

Como você pode ver, há um grande número de métodos de reabilitação de deficiências auditivas. A escolha de um ou de outro variará dependendo das possibilidades da criança e da ideologia dos pais em relação a como eles querem que seu filho aprenda a se comunicar: verbal ou gestualmente.