Maternidade e curso de paternidade: controle da raiva

Está bem. Entendemos que a raiva é uma emoção natural e que, sob certas circunstâncias, pode influenciar nosso relacionamento com as crianças. Nunca é justificável que nos deixemos levar por isso ou que reações violentas se desenvolvam.

Os pais são enormes

Ninguém ficará surpreso se eu testemunhar contra correntes parentais que vêem a criança como um pequeno demônio manipulador e egoísta, que só quer tomar a medida e que, se não pisarmos na calçada, comeremos vivos e acabaremos levantando a mão se não levantarmos a tempo.

Talvez tenhamos esquecido quão pequenas são as crianças. Imagine que alguém de quem dependemos totalmente, absolutamente emocionalmente e em termos de nossa própria sobrevivência, perde o controle e nos ameaça.

A ameaça não precisa ser uma violência inquestionável. Seria o suficiente com um grito ou uma palavra de ódio ou desprezo, ou a ameaça de parar de nos amar ou nos dizer que somos inúteis. Simplesmente que essa pessoa tão importante para nós, de quem recebemos a imagem de nós mesmos, nos culpa diretamente por sua falta de controle, de modo que todo o quadro de nossa auto-estima se desfaz.

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Também essa pessoa que amamos loucamente, que grita com raiva e levanta a mão, mesmo que ele não a deixe cair, é enorme. E quando digo enorme, quero dizer enorme. Essa pessoa mede e pesa até duas, três ou quatro vezes o que nós. Para uma criança pequena, nossa mão é maior que o rosto. Imagine que um gigante de cinco metros grite para você e acene sua enorme mão na frente dos seus olhos. Eu morreria de medo. Por esse medo, as crianças sentem quando um adulto se levanta com raiva e ameaça diante deles, impelido pela raiva.

Uma vez assumido que devemos aprender a controlar a raiva em relação às crianças, sejam essas causas diretas ou vítimas indefesas de nossas frustrações por outras causas, podemos dar o passo para aprender técnicas de controle.

Quando as tensões são enormes

Cada pessoa é diferente e as circunstâncias vitais também são diferentes. Neste momento, existem muitos pais e mães sob enorme pressão: a da crise que se afoga até ver saída, a da escassez econômica, a dos horários eternos e a exaustão, a da solidão e a falta de ajuda do entorno. Precisamente porque estamos sob fortes pressões que tornam tudo tão difícil para nós, é necessário aprender a controlar a raiva que pode atingir todos nós.

Além disso, pode acontecer que essa criança assuma essas reações como normais e as copie. Quando os pais tendem a gritar ou bater em seus filhos, eles não devem se surpreender se os filhos repetirem esses comportamentos. Ou pior, eles se tornam indiferentes a eles e os devolvem ou exercem sobre os outros.

Autoconhecimento e autocontrole

Todos os pais se sentiram superados ocasionalmente, seja por causa da situação externa vital ou por causa de uma dinâmica familiar complicada. No entanto, em qualquer caso, podemos exercer controle sobre nossas reações violentas através do autoconhecimento.

Explicamos que a raiva é uma resposta normal do ser humano quando ele se sente ameaçado ou frustrado. Além dos danos que produzimos a nós mesmos nos níveis circulatório, hormonal e psicológico, também pode prejudicar outras pessoas, especialmente nossos filhos. E não queremos isso com certeza.

Auto-análise

Se sentimos que a raiva nos transborda, devemos fazer um exercício para nos entendermos melhor. Uma boa idéia é escrever as situações que produzem raiva, identificar, acalmar, as verdadeiras causas desse sentimento, isolando-as, para colocar tudo em seu lugar. Às vezes, a criança não é a causa, mas o trabalho, a atitude de nosso parceiro, as preocupações econômicas ou de saúde ou a má administração de nosso tempo.

E quando acreditamos que realmente é algo que nosso filho faz, podemos, em analisar com calma o que nos altera, identifique se há algo em nossas diretrizes para os pais ou em seu ambiente que a esteja alterando: a chegada de um irmão, a educação prematura, os problemas na escola ou qualquer situação que os transborda. Acima de tudo, nesse processo, você precisa ser autocrítico sem ser culpado. Identificar o problema não é um motivo para nos prejudicar, mas para encontrar forças e soluções.

Baixe a frustração sem gritar

Uma boa maneira de descarregar a frustração são as lágrimas. Não tenha medo de chorar se algo estiver errado. Baixar sentimentos negativos dessa maneira, chorar se precisarmos, não é ruim, ajuda-nos a recuperar. Mas vamos evitar chorar na frente das crianças. Faça-os com um amigo, parceiro ou mesmo sozinho.

Ou, além disso, vamos procurar técnicas ou exercícios que nos ajudem a canalizar a frustração: esporte, ioga ou meditação.

Empatia e respeito, a grande receita

Empatia exercício É uma fórmula igualmente valiosa para canalizar a frustração antes que a raiva nos cegue. É um processo trabalhoso se não estamos acostumados e, embora se aprendemos a respirar profundamente e nos forçarmos quase a fazê-lo antes de explodir, ainda funcionará melhor se o fizermos quando estivermos relaxados, tentando entender as causas do comportamento do outro que ambos Isso mudou.

Outra ideia é a de nos esforçamos para entender que o mesmo respeito que esperamos que os outros tenham por nós também tem o direito de recebê-lo. Às vezes, basta que isso seja esclarecido conscientemente, para que nossas reações violentas parem. Em relação aos nossos filhos, não podemos fazer nada que consideremos intolerável ou prejudicial para nós mesmos.

Pare a tempo

O reconhecimento de nossas sensações físicas nos dará um indicador claro de que a raiva nos dominará. Devemos estar atentos a sinais como pulso acelerado, dor de cabeça, dor de estômago, irritabilidade e tensão muscular para pare na hora.

Antes de ver como a raiva é desencadeada, é melhor fazer uma pausa, relaxar e olhar a situação de fora, identificando o que nos incomoda e expressando-a de maneira mais assertiva. Às vezes, esse momento de reflexão nos permitirá descobrir que o que nos faz sentir atacados não é o que a criança faz, mas outras circunstâncias das quais ela não é a causa, ou, simplesmente, entende que ela é inocente e muito mais vulnerável. do que nós mesmos.

Uma última dica é ouMantenha as reações das crianças diante de nossas próprias atitudes. Ficar com raiva e gritar pode interromper seu comportamento, mas isso não muda sua condição geral nem faz você entender bem o que esperamos. Explicações, paciência, distração e carinho, sem dúvida, darão muitos melhores resultados.

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